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Neste episódio, ouvimos Donald Winnicott em uma conversa rara e reveladora com Claire Rayner sobre um tema tão sutil quanto central na experiência de cuidar: o sentimento de culpa.

A discussão parte de um caso vivido por Claire e se desdobra em camadas: culpa consciente e inconsciente, fantasias maternas, idealizações frustradas, ambivalências ocultas e o medo – real ou imaginário – de falhar no cuidado com o bebê. Winnicott analisa a culpa não como patologia, mas como um sinal de vínculo afetivo vivo, de responsabilidade e de sensibilidade parental.

O episódio mostra como a culpa pode surgir das mais diversas situações: o ciúme em relação ao bebê, a sensação de não amar o suficiente, as fantasias de imperfeição do filho recém-nascido, o ressentimento silencioso, os impulsos hostis. E vai além: propõe que o sentimento de culpa pode ser não só inevitável, mas desejável. Ele torna o adulto atento, prevenido e disponível para a dor da criança.

Winnicott faz um paralelo entre a mãe e o artista. Ambos duvidam de si, antecipam erros, temem falhar. Mas é justamente essa dúvida – essa dose de culpa – que os torna cuidadosos, criativos, amorosos. Uma mãe que se sente responsável por tudo é, muitas vezes, preferível àquela que terceiriza a culpa para o acaso, o clima ou o comportamento alheio.

Em tom delicado, porém firme, Winnicott desmistifica a ideia de que a culpa é um sintoma a ser eliminado. Ao contrário, ela é tratada aqui como um dos alicerces do cuidado suficientemente bom.

Leitura por Alexandre Spinelli Ferreira
Julho de 2025

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Palavras-chave integradas para busca e indexação:
Donald Winnicott, psicanálise, culpa materna, parentalidade, ciúmes da criança, ambivalência, vínculo afetivo, saúde emocional, cuidado infantil, mães e bebês, sentimento de responsabilidade, culpa inconsciente, BBC, livro Conversando com os Pais, fantasia de perfeição, arte e maternidade, desenvolvimento emocional.