O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) reconheceu, em agosto de 2023, a Indicação Geográfica (IG) do queijo de leite de vaca cru integral produzido na região do Cerrado mineiro. A indicação foi concedida na categoria Indicação de Procedência (IP), que certifica que o produto é tradicionalmente fabricado em uma localidade específica, seguindo critérios técnicos. A conquista foi solicitada pela Associação de Produtores de Queijo Minas Artesanal do Cerrado (Aprocer), com apoio da Emater-MG e do Sebrae, e valoriza a produção regional, garantindo autenticidade e qualidade do queijo.
Nós vamos conhecer um pouco dessa conquista, tomando como exemplo a história de uma família de produtores, proprietários da queijaria Macaúba, na região de Santa Clara, entre Coromandel e Abadia dos Dourados, com uma tradição que atravessa cinco gerações. Na Fazenda Santa Clara Dourados, Maria Aparecida (Cida) e seu marido Dalmo retomaram, em 2014, a tradição dos antepassados ao produzir queijos com o leite excedente de sua pequena criação, resgatando a conexão com a terra e os saberes familiares. O sucesso do sabor artesanal motivou a profissionalização da produção em 2019, junto com a irmã Maria do Rosário. Com apoio da Emater, conquistaram os registros do IMA e o Selo Arte em 2021, fundando a Queijaria Macaúba.
Nossa prosa é com a Cida, que além de atuar na queijaria, também é presidente da APROCER — Associação dos Produtores de Queijo Minas Artesanal do Cerrado. Também na prosa, Ricardo Augusto Boscato, analista de agronegócios no Sebrae Minas. Ele atua diretamente com o queijo artesanal, ajudando em temas como legislação, qualidade, identificação geográfica, boas práticas e certificação.