“Sem querer, vens de dizer a verdade. O diabo sabe o que é, e o diabo, crê-me, ajeitará tudo!”
(“O Mestre e a Margarida”, Mikhail Bulgákov)
Originado nas velhas danças da morte medievais e celebrado no fantástico hoffmanniano, há uma figura diabólica muito peculiar por sua tranquila e bonachona cotidianidade. Esse diabo mais próximo do prosaico serviu para a construção não apenas de sátiras políticas à época do stalinismo (repassadas em um esquema clandestino que tinha muito de sociedade secreta e de culto maligno) mas também de um vigoroso fantástico contemporâneo, tão pavoroso quanto atraente.
Indicações bibliográficas:
- Bulgákov, Mikhail. O mestre e a Margarida. São Paulo: Editora 34, 2017.
- Brown, Roland Elliot. Godless Utopia: Soviet Anti-Religious Propaganda. London: Fuel, 2019 (http://fuel-design.com/publishing/godless-utopia/).
- Clark, Stephen J. The Satyr and Other Tales. Dublin: Swan River Press, 2015.
- Ghahwagi, Karim. Amerika. Bucharest: Passport Levant [Ex Occidente Press], 2011.
- Idem. Europa. “Bukarest”: Mount Abraxas, 2017.
- Ghetu, Dan (ed.). The Master in Café Morphine. Bucharest: Ex Occidente Press, 2011.
- Tchaïanov, Alexandre. Diableries Moscovites. Paris: Éditions Interférences, 1998.
Sobre a diablerie francesa:
Música: “Homenaje pour le tombeau de Debussy”, de Manuel de Falla, executado por Aitua (via http://freemusicarchive.org/).