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As hortas urbanas podem ser poderosas armas de empoderamento social.

Está bem documentada na literatura a importância das hortas urbanas, com um claro enfoque nas hortas comunitárias. De entre os benefícios que se podem encontrar, estão a segurança nutricional e alimentar (sobretudo relevante nas comunidades mais carenciadas), a estética (que fomenta a sensação de “orgulho” nas comunidades), a educação (com especial destaque nos mais novos), o sentido de pertença à comunidade e uma melhor saúde mental individual.

Gostava, no entanto, de vos deixar dois alertas. Um, dado por um estudo (Poulsen, 2016), que alerta para o facto de, quando as hortas urbanas se vão localizar nos terrenos menos valiosos economicamente, poderá haver uma ocupação de zonas mais pobres por pessoas pertencentes a bairros de zonas consideradas como “melhores” (onde existe menos criminalidade e mais literacia). No entanto, este estudo revela também que existe conciência, por parte dos agricultores urbanos, desta “ocupação” e, consequentemente, há um forte sentimento de partilha dos alimentos para com a população residente.

Hoagland (2016) confirma que, historicamente, os terrenos com mais valor são dados ao “betão” e à construção e que se utilizam os solos que precisam de reabilitação para hortas urbanas e que esta tendência apenas se inverte após estados de guerra, em que a procura por alimento aumenta.

Por fim, Nicholls et al. (2020), explica que as hortas urbanas melhoram a saúde dos indivíduos, quer fisicamente (através do trabalho nas hortas e na ingestão de mais alimentos de base vegetal, com melhor qualidade nutricional), quer no que diz respeito à saúde mental.

Este episódio faz parte de uma parceria com a @cgarden.iht sobre os benefícios das hortas urbanas, que começou em Julho de 2020, depois de ter comprado a minha horta à marca, em Maio de 2020.