O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou ontem a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando violação das medidas cautelares impostas pela Justiça, especialmente a proibição de uso de redes sociais, inclusive por meio de terceiros. Bolsonaro também está proibido de receber visitas, exceto de familiares e advogados, e teve celulares apreendidos.
Moraes apontou que Bolsonaro utilizou perfis de aliados, como o de seu filho, senador Flávio Bolsonaro, para divulgar mensagens consideradas como incentivo a ataques ao STF e apoio a intervenções estrangeiras. Como exemplo, citou uma postagem feita no domingo, posteriormente apagada, com um vídeo do ex-presidente falando a manifestantes no Rio de Janeiro.
A decisão provocou reação do governo dos Estados Unidos. Em nota, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental acusou Moraes de “silenciar a oposição” e ameaçar a democracia. Washington classificou a prisão domiciliar de Bolsonaro como uma violação de direitos e prometeu responsabilizar quem colaborar com essas medidas. A defesa do ex-presidente nega qualquer descumprimento de ordem judicial.