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Poema de Jéssica Iancoski / @Euiancoski

Poema: Ninguém Sabe

Descubra mais em www.jessicaiancoski.com

"É,

Agora,

ninguém sabe que estou no Rio,

Só a minha amiga, o medo

Saímos

E pegamos uma bike de Copacabana

Indo para Ipanema

Somos livres.



Tempo seu covarde,

Ladrão inútil

Eu sou livre

O que que você acha disso?

Responde!



Sim,

Estamos furando a noite,

No túnel do por do sol

Bem no meio das luzes

Dos prédios

E do preto da iris

Enquanto pedalamos

Os braços pendulam

E tem a pedra do Arpoador

Mas como poderia estar atrasada

Se nunca possui o tempo?



Os aplausos ficaram para trás,

Enquanto eu afundava na escuridão.



E me responde, agora, seu ladrão,

Antes do próximo verso,

Quando foi a última vez que você pedalou

Para furar a noite?

Você já abriu os braços para sentir

A leveza do vento no rosto dos cílios

E o guidão da vida solto

Sem guardião

E as suas canelas de fora levitando?

E tudo sendo levado por covardes

Como você, seu inútil



Esquece, você nem sabe pedalar ainda

É só uma criancinha impulsiva

E besta.



A única que coisa que quero saber

É que horas vamos chegar no Leblon

É tudo o que me importa

Ou mais adiante

Ou mais tarde

Tanto faz quando você está bem no meio do tempo

Furando a noite.



Ninguém sabe que estou aqui

Só a minha amiga

O Rio,

O vento

A bike que pedalo,

E é claro, você seu covarde

Que sempre me persegue

Fazendo pesar as costas e o pedal

E nada a mais.



É, seu ladrão,

Ninguém diria ontem

furando a noite

Bem no meio do olho

Da noite,

Bem no meio da lágrima

Do tempo



Mas é só o mar

De Copabacana,

Ou de Ipanema

Ou do Leblon

Tanto faz

Porque ninguém sabe

Que estou no Rio

E talvez nem eu saiba

Ou esteja.



A única coisa certa é que

A liberdade é sempre a mesma amiga

Em qualquer lugar

Do medo

E eu estou tentando morrer agora,

E ninguém sabe,

Seu inútil,

Eu não quero voltar hoje

Para mim o amanhã nunca existiu

E você não faz nada a respeito

Sempre."