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E se perguntassem agora sobre quem você é, o que diria? Somos frutos dos caminhos que percorremos durante os dias, acredito que somos aquilo que nunca é, mas sempre está, ali, em movimento, feito água. E se somos frutos dos caminhos que percorremos, por quais caminhos você tem andado?

Por vezes não sei se são os caminhos que me fazem ou se sou eu que faço e escolho os caminhos. E quanto aos caminhos, e se nós fossemos a estrada que liga o ser e aquilo que se é? O que sei de fato, é que a felicidade consiste em dar passos na direção de si próprio e ver o que se é.

A busca constante pela liberdade e por entender o que somos, nos dará muitas cicatrizes, e você pode, evidentemente se esquivar o quanto quiser da dor, do fato de não se arriscar e ser totalmente livre, porque se você se esquiva da dor, carrega embora ainda que pequeno, um pouco de medo e assim como Nina Simone diz, liberdade, pra mim: é não ter medo. Acredito que, se você quer de alguma forma proteger o coração, você vai se esquivar de muitas dores, mas também vai vier uma vida pela metade.

Há um filme que gosto muito chamado Frances Ha, nele percebi que aquilo que somos é a construção das escolhas que fazemos. É sobre aquele período entre dos 20 e poucos onde você necessariamente tem que se separar da ideia romântica de si mesmo, e eu tenho passado por isso, tem sido um caos tremendo, é duro saber quem você é e o que quer, o processo de crescimento e autoconhecimento é como Guimarães Rosa define o que é viver: Viver é um processo constante entre rasgar-se e remendar-se.