Saída
Em meio aos versos, os fragmentos espalhados,
No fim, um começo, no silêncio que ecoa,
Um novo céu e uma nova terra surgem,
A chuva, em sua calma, a fala abandona.
Ainda ouço os raios, lampejos de uma tempestade antiga,
Cintilando no firmam
ento da memória viva,
Os trovões que reverberam numa sinfonia antiga,
Encerram um capítulo, enterram uma vida cativa.
Assim, como um poeta em seus devaneios errantes,
Os versos se desdobram, como as asas de almas migrantes,
Nas entrelinhas, o silênci
o, como uma paleta de tons constantes,
Entrego
me ao crepúsculo, onde o passado e o futuro são amantes.
Neste dístico final, entrego
me à metamorfose,
Termino aqui e enterro uma vida que não me serve mais,
Como o sol que se põe e renasce em outra dose
Na aurora incerta, onde cada instante é um novo lais
lais5.