“Dois dedos” é o conto homônimo de Graciliano Ramos (1892-1953), no livro publicado em 1945, com dez textos. Essa foi a primeira coletânea de contos de sua carreira de escritor. Na história, dr. Silveira rememora sua infância com o amigo que hoje, é um importante político, um governador! É tão interessante que quando escreveu esse conto, Graciliano já tinha uma boa experiência como político e em cargos públicos e já havia sido preso e solto. O conto é uma espécie de sátira, repleta de fluxo de consciência. Quando criança, dr. Silveira, hoje médico do povo do Arrabalde, considerava o amigo como um irmão, unha com carne, “assim”, unia os dedos médio com o indicador, para ilustrar a proximidade entre ambos. Durante a narrativa, feita por alguém que observa dr. Silveira, este nos revela em profundidade as brincadeiras entre eles, a atenção que recebiam de dr. Silveira Pai, a reprovação e o sofrimento por isso, do amigo hoje político, etc. Eram tão próximos! Ainda assim, dr. Silveira fica desconcertado em se sentir inferior, em escorregar na madeira envernizada do palácio, diante da mesa e cadeiras de tamanho absurdo, livros caros que na verdade são do Diário Oficial. Tinham-se passado 20 anos. Não conseguiu abraçar o amigo, mas algo imprevisível acontece. Boa leitura!
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