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Esta é uma questão chave para muitos estudantes e, infelizmente, ainda, para alguns profissionais também. Uso o termo “infelizmente” porque para profissionais a busca por conhecimento deveria ser ainda mais intensa do que para os estudantes.


O Efeito "Rainha Vermelha"

Desnecessário argumentar, e muitos já devem até ter sentido na pele, que um diploma universitário tem um prazo de validade de no máximo 5 anos, se é que ainda está chegando a tanto. Parece até que estamos sentindo o "Efeito Rainha Vermelha", um personagem fictício do autor Lewis Carroll (que escreveu Alice no País das Maravilhas). Em certo momento do livro Alice do Outro Lado do Espelho, a personagem, em uma corrida desesperada, percebe ao olhar para os lados que as árvores não se movem enquanto ela foge da Rainha Vermelha, até que em certo momento, exausta, ela pára ao lado da mesma árvore que viu o tempo todo durante sua corrida. Então a Rainha Vermelha fala que no país onde elas se encontram, se você correr rápido, consegue apenas ficar no mesmo lugar, e, se quiser realmente sair do lugar, deveria correr no mínimo duas vezes mais rápido do que seu máximo. No mínimo uma comparação interessante entre nossa realidade atual e um livro escrito em 1871.

Perceba que este não é apenas um fenômeno criado pela humanidade na era da internet, indústria 4.0, etc. É um fenômeno da natureza, que, se prestarmos atenção ao longo prazo, está acelerando a evolução. O nosso sistema solar surgiu "apenas" 8 bilhões de anos após o Big Bang. As primeiras células, as procariontes, surgiram em torno de 3,5 bilhões de anos atrás. Os primeiros vertebrados (ostracodermos, uma espécie de lampreia) surgem 0,5 bilhões de anos atrás. E nossa espécie há apenas 0,00035 bilhões de anos (350.000 anos). A internet surgiu em 1989 e o smartphone há 12 anos. Não parece que a evolução está acelerando?


O próprio ritmo da mudança está acelerando, como observado por Peter Russell em seu livro O Buraco Branco no Tempo (1992).

O que nos resta a fazer como profissionais é, para acompanhar a evolução em aceleração, entender como adquirir conhecimento eficiente em menos tempo. E aqui não me refiro a informação, dados, ou outros textos que se encontram a um clique no Google, refiro-me a conhecimento prático e útil. Tenho um artigo escrito sobre o raciocínio crítico, (https://www.linkedin.com/pulse/ind%C3%BAstria-40-com-pessoas-04-epis%C3%B3dio-racioc%C3%ADnio-cr%C3%ADtico-silva/), que vejo como uma das formas de impulsionar o ganho de conhecimento. O raciocínio crítico é uma habilidade que o profissional pode ou deve ir desenvolvendo ao longo do tempo e que traz inúmeros benefícios para quem faz uso do mesmo, seja na solução de um problema, seja nos questionamentos que faz para o direcionamento de sua carreira, seja nos conselhos que ouve e nas vozes que ignora.

A crítica que faço ao raciocínio crítico usado de forma simplista, apenas no formato de fazer perguntas, é que somente as perguntas não guiam; logicamente, fazer perguntas já é muito melhor do que ser viciado em respostas. O raciocínio crítico deve ser guiado pelo método científico e este sim consegue guiar o turbilhão de perguntas geradas pelo pensador crítico para uma resolução em comum.