Listen

Description

O índice de isolamento social do Espírito Santo, segundo o Mapa Brasileiro da Covid-19 In Loco, é de 33,2% - o nono pior do país. No último dia 26, foi de 29,2% - o menor desde que a Organização Mundial da Saúde decretou a pandemia. E os constantes registros de ruas cheias, aglomerações e festas clandestinas corroboram com o fato de que as pessoas estão se isolando menos, mesmo no pico de casos do novo coronavírus e aumento do número de mortes. Mas afinal, as pessoas perderam o medo da Covid-19? Quem nos ajuda a responder é o médico psiquiatra Rogério Panizzutti, professor doutor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Diretor do Laboratório de Neurociência e Aprimoramento Cerebral (LabNACE-UFRJ). Acompanhe!

Segundo Panizzutti, são vários os fatores que contribuem para a "falta" de medo da Covid-19. Um deles é a perda da capacidade das pessoas em ter ferramentas para lidar mentalmente com o coronavírus. "A pandemia está durando tanto tempo que as pessoas estão perdendo a sua capacidade de ligar suas defesas, ou seja, há um cansaço mental. Um grande desafio que temos percebido é manter as pessoas ao mesmo tempo saudáveis, em casa e se cuidando", explica. A falta de empatia, para o médico, também é um fator que "obviamente" contribui para a falta de medo da pandemia, além do consumo de bebida alcoólica.