A poesia confessional em Escuro Como o Sol nos introduz a uma viagem emocional profunda e vulnerável. Uma série dupla face não linear de poemas e de experiências que flertam com o tempo, o amor e a morte — este livro é uma entrega total à vida, apesar da dor, frente aos dias que me engoliram e que me regurgitaram, inúmeras vezes, nos últimos nove anos.
Todas as palavras aqui presentes precisaram ser escritas em resposta a um sentir com força e, muitas vezes, inabitável. E, sendo assim, escrevi com o coração ardido, do fim ao começo — porque quis sobreviver. Entrego, de peito aberto e de ponta-cabeça, esse autorretrato, para que chegue amorosamente onde possa chegar, na esperança de que atinja à queima-roupa quem estiver presente.
Afetuosamente, da atriz teatral, da poeta & da psicóloga que habitam esta carcaça, Poison V.
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Poison V — Paradoxo
Penso que penso em tudo que quero e não posso dizer.
Penso que posso, mas não posso(?)
Sou feita do buraco entre esse mundo e um outro e sou todas as coisas que tenho medo de dizer.
Causa mortis e o fim perfeito; me sinto também tudo que encerra no tempo.
Sou todas as coisas que tenho medo de perder.
Minhas mãos transpiram enquanto ensaio coisas que não vou dizer – mas quero, e quero com força.
Minhas mãos transpiram enquanto não choro, só pra não tomar do sal da lágrima o seu lugar de fala.
O dedo que estrala impaciente marca o compasso e estanca o silêncio pendurado na música que eu sei cantar.
O amor distrai a vista.
Tomo cuidado com tudo que amo pra não esbarrar.
O amor destrói a vista.
Amo de olho fechado, pra não cegar.
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Poema: Paradoxo
Poeta: Poison V
Voz: Jéssica Iancoski
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