O alerta nos foi feito pela Sandra, a caçula aqui do quarteto, que está cumprindo rigorosamente a quarentena: “Cada dia as pessoas ficam menos em silêncio, seja pelo movimento da cidade, seja pelo desejo de sempre ter algum som a sua volta. Nesta quarentena, muitas se espantaram ao ouvir nada, apenas o silêncio ou apenas os sons dos pássaros”. Por isso, neste episódio falamos sobre silêncio - ou a ausência dele. Vivemos num mundo em que o barulho é o normal: os carros, as sirenes, britadeiras, buzinas, celulares... Mas não é só isso: há uma valorização excessiva do falar. Como alguém disse: existe curso de oratória, mas não existe curso de escutatória. Se você conhece alguém que não para de falar, aale a pena lembrar o que escreveu Millôr Fernandes (Veja, janeiro de 1975): "As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades."
Para falar sobre silêncio, o convidado deste episódio é nosso amigo-irmão Roberto Júnior Monteiro, que é jornalista em Curitiba, com quem dividimos apartamento na juventude. Praticante de yoga, ele confessa que não consegue meditar, a mente divaga sempre. Na conversa, ele mostra que continua usando a habilidade de ouvir, que sempre foi uma de suas melhores qualidades.
E, na série "filmes que marcaram a nossa vida", recordamos de Os Filhos do Silêncio” (1986) com William Hurt. Ele é um professor de linguagem de sinais recém-contratado em uma escola para surdos, onde conhece Sarah Norman, uma antiga aluna da escola. À medida que se aproxima para tentar ajudá-la, James se apaixona por ela. Marlee Matlin ganhou o Oscar de melhor atriz pelo papel.