Logo depois de ser entrevistada para o episódio "Dicas incríveis de decoração", a designer de interiores Isa Sá de Miranda Monteiro, 52 anos, nos avisou que tinha outro tema sobre o qual gostaria de falar no podcast: "eu sou filha adotiva". Isa foi adotada ainda bebê por uma mãe que ela venera, professora já falecida. Graças à adoção, entrou numa família que lhe ofereceu conforto, segurança e carinho. Quando soube que era adotada, ainda na adolescência, Isa não sofreu e nem quis conhecer a mãe biológica. As duas já se falaram por telefone e eventualmente trocam mensagens, mas jamais se encontraram pessoalmente. "A minha história é uma história que deu certo e eu quis contá-la para que as pessoas não fiquem pensando que adoção é sinônimo de problemas", diz.
No Brasil, pelo menos 8 crianças são abandonadas por dia, segundo o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento: a prioridade é tentar de todas as formas fazer com que retornem para suas famílias ou morem com parentes próximos. Nem sempre isso é possível e muitas crianças passam a infância e a adolescência na fila da adoção. Até hoje, um terço dos pais desejam somente crianças de até 4 anos, mas elas são minoria nos orfanatos. Alguém já escreveu que “adotar uma criança é um ato de amor; também é uma contribuição para o mundo, pois todos precisam de cuidado e afeto para se desenvolverem melhor e fazerem diferença na sociedade”. Isa sabe o que é isso.