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Queridos Irmãos e irmãs! 

Nesta quarta-feira Santa, antigamente se chamava quarta-feira de trevas, porque a noite tinha um famoso Ofício das Trevas, Ofício que  se apagavam todas as luzes da igreja, para significar que agora se entrava no momento da Escuridão. Hoje não existe mais isso e nem é o caso, porque amanhã começa a Páscoa,a Páscoa não começa no domingo, começa a quinta-feira com a memória da Páscoa da Ceia. Mas o evangelho de hoje, Mateus 26, 14 a 25, conta no evangelho de Mateus, o que ontem a gente escutava no Evangelho de João, a traição de Judas e a preparação da celebração da Santa Ceia. A figura de Judas é uma figura muito problemática no evangelho, pode ser que tenha um teor, uma base histórica, que Jesus tenha sido traído por um do próprio grupo. O fato de que ele se chama Judas, quando os Evangelhos foram escritos, há quem desconfie que é um nome simbólico, para dizer a dificuldade que os cristãos primitivos tinham com os judeus, que tinham expulsado eles da Sinagoga, como a história que a gente viu do cego de nascença, que foi expulso da Sinagoga porque ficou vendo, quer dizer, para estar na sinagoga tem que estar cego,  digamos assim, espiritualmente, então havia uma polêmica entre cristãos e judeus e pode ser que o nome Judas tenha sido o nome simbólico para dizer o judaísmo rabínico,o judaísmo da Lei traiu Jesus. Infelizmente isso na história do mundo provocou o antissemitismo, provocou muito preconceito, muita perseguição ao povo judeu, de uma maneira injusta e que o cristianismo, as Igrejas cristãs, até hoje são devedoras disso e devem tomar cuidado de relembrar que como disse o Papa João Paulo Segundo, os judeus são nossos irmãos maiores na fé, é como uma família que tem um irmão mais velho, nós somos da mesma família e o irmão mais velho judaísmo. Mas, de qualquer modo, mais velho, mais novo, irmão não irmão e todos nós somos irmãos, é claro que essa tentação de trair o projeto de Deus e de trair o amor é um risco que todos nós vivemos, então não se trata data de dizer Judas é o outro, se trata de perguntar o que é que em vezes em mim às vezes existe de Judas, nas relações que eu vivo com os outros, na relação comigo mesmo e na relação com Deus e esse dia antes do tríduo Pascal, antes da quinta-feira santa, é bom ser um dia de conversão, um dia de revisão de vida, um dia em que eu e você nos perguntamos O que que a gente pode superar dessa vez. Se a Páscoa significa passo, um passo adiante, que passo eu devo fazer neste caminho da conversão, nesse caminho do eu viver  uma vida Pascal. Que Deus nos ilumine nesse caminho, um grande abraço a todos, Feliz Páscoa, até amanhã se Deus quiser (Mateus 26, 14 a 25). Marcelo Barros