Queridos irmãos e irmãs,
O evangelho de hoje, Marcos 1, 40 a 45, naquele primeiro dia que é paradigmático, que é programático, da vida, missão de Jesus, na Galiléia, Marcos conta que aproximou-se dele um leproso, leproso naquela época, naquela sociedade, não era apenas a pessoa que tem hanseníase hoje em dia. Chamasaleproso toda doença de pele que parecia difícil de curar ou incurável, o que a gente chama hoje em dia de sarna, muito profunda, chamavam lepra. E eles tinham medo horrível e isolavam o doente e ninguém podia se aproximar dele. Pode ser que alguém lendo esse evangelho hoje ouvindo, pense numa sociedade primitiva, muito supersticiosa e muito até cruel e desumana.
olha gente, sem dúvida nenhuma, eu posso dizer a vocês com segurança, a nossa sociedade atual é muito mais desumana, é muito mais cruel do que a sociedade da época de Jesus. Antigamente eles tinham essas regras de pureza e até religiosas,que Jesus combateu, que Jesus mostrou que era para desobedecer,mas eram coisas artesanais. Hoje a discriminação, ela é científica, ela é produzida tecnicamente. O que é que a gente sabe que está acontecendo na África? Quem de nós acompanhou a epidemia de Ebola, do vírus sars, que aconteceu antes desse coronavírus e o que os cientistas dizem é que o coronavírus é um título de sars.
Quantas pessoas morreram na África sem que a Organização Mundial da Saúde tivesse feito nada? Sem que nenhum governo, nem que a civilização humana tivesse desejado tomar conhecimento? Porque eram africanos, porque eram pobres, porque eles morrerem ou viverem, para o mundo não muda nada, não interessa nada.
Por que muitas vezes, até hoje em dia, doenças que são até simples, são doenças que se tornam incuráveis? O nosso amigo querido Lurildo Ribeiro, médico, grande médico pernambucano, me contava o trabalho dele com os pobres e a consagração dele a tentar ajudar, tratar de crianças muito pobres, com febre reumática, que é uma doença que vem da pobreza, da marginalidade, da situação de miséria. E aí quando a gente se depara com essa realidade humana, é que a gente entende que o chamado de Jesus a nós é aquele que Ele viveu quando tocou no leproso, quando o levantou, quando disse ao homem “eu quero curar você, fique curado”.
E o evangelho diz na mesma hora, aquela doença desapareceu e o homem ficou curado. Não é um evangelho mágico, isso não é para compreender que Jesus estalou o dedo e o homem ficou curado. É para mostrar o compromisso com a saúde, com a vida, que as pessoas que são de Deus, devem ter e que às vezes a gente sente muito pouco nos religiosos, que dividiram o mundo em sagrado e profano,que acham que têm que pregar uma palavra para depois da vida, depois da morte e não para o aqui, para o agora e para o coletivo. Gente vamos ser cada vez mais humanos, mais solidários e mais comprometidos com a vida e com a saúde de todos. Um grande abraço para vocês Deus abençoe e até amanhã se Deus quiser. (Marcos 1, 40 a 45) _*Marcelo Barros*_