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Queridos irmãos e  irmãs!

O evangelho de hoje, João 7, 40 a 53, continua aquele debate, aquela polêmica entre Jesus e os religiosos, ou melhor, o conflito se dá, de certa forma, na interpretação do povo e na interpretação dos religiosos. Os Religiosos dizem “ele não é um Messias, não é um enviado de Deus, simplesmente por que vende Nazaré”, quer dizer, que veio da Galileia e da Galileia não vem nada que presta. Então é um racismo, é uma visão elitista e os argumentos do povo  são de que Jesus é um profeta, é de que, de fato, Deus está falando a eles através de Jesus e aí tem um doutor da Lei, um fariseu chamado Nicodemos, que pergunta, “escuta vocês, na lei, vocês condenam alguém sem escutar, sem dar ocasião à pessoa de se defender”? É interessante porque o Nicodemos, ele propõe o diálogo. Mas, o poder religioso, ele se sente dono da verdade, ele não quer escutar ninguém, ele não quero ouvir mais, ele já tem certeza, tem seus dogmas, ele já sabe o que é certo, o que é errado, então o dogmatismo não conversa com ninguém e o dogmatismo  mata. O evangelho de hoje mostra como Jesus, de certa forma, foi vítima do dogmatismo, da religião de dogmas. O dogma, a verdade, ela pode ser um instrumento bom, mas ele é relativo. O que é o Dogma? É expressão de uma verdade. Por exemplo, a Igreja Católica diz “na Eucaristia o pão é transformado no corpo de Cristo e o vinho Sangue de Cristo e na Idade Média isso se chamou transubstanciação. Então isso é o dogma. Digamos que outra pessoa, de outra igreja, não queira essa forma de falar e diga eu creio na presença de Jesus na Eucaristia, eu creio que o pão representa a presença de Jesus, mas eu não gosto dessa fórmula. Nem por isso ele pode ser condenado, quer dizer, a gente tem que compreender que o importante é a verdade e não a minha expressão da Verdade, a minha forma de falar a verdade. E o que aconteceu foi que muitas vezes a igreja católica e também igrejas evangélicas absolutizaram uma forma de falar a verdade. Isso é o dogmatismo. Então o que Jesus pede da gente, o que Deus nos indica, é dizer a verdade é Deus, nós estamos no caminho, ninguém é dono da verdade, então a gente não vai se dividir por causa de expressões da verdade, gente vai caminhar juntos, ouvindo o outro, tentando aprender uns com os outros e sabendo que o mais importante é o amor. Um grande abraço a você vocês, Deus abençoe e até amanhã se Deus quiser (João 7, 40 a 53). Marcelo Barros