Queridos irmãos e irmãs!
Hoje nós já retomamos o tempo comum do ano, quer dizer, não há mais a celebração de Páscoa, o círculo do Natal, tudo isso passou e Agora nós entramos numa espécie de espiritualidade do cotidiano, como é que a gente encontra a Deus e tem intimidade com Deus, no dia da vida, no comum dos dias. E para começar o ano o ano comum, a Igreja Católica celebra neste dia a memória de Maria Mãe da Igreja e por causa disso lê o evangelho João 19, 25 a 34, que é uma cena da crucificação de Jesus. Jesus na cruz, ele vê ao pé da Cruz o ao discípulo amado e vê também ali a sua mãe e diz à sua mãe “Eis aí o teu filho” e diz disciplinado “eis aí Tua mãe”. Então por causa disso esse Evangelho é lido hoje para lembrar que Maria é não somente mãe, mas é figura, imagem da Igreja.
Eu vou contar vocês uma coisa que me toca muito perto, muito profundamente, eu sinto muito isso. Nesse tempo da pandemia há muitas lives, muitos cultos na internet, nós todos os dias temos notícia de grupos que vão orar, que fazem ofícios, que fazem louvores. E o que me impressiona muito é que se a gente for olhar, classificar, 90% desses cultos são de devoções Marianas, em que as pessoas vão rezar terço, vão louvar a Maria, vão pedir a ela para que acabe com a pandemia. Muitas vezes essas devoções a Maria, elas são feitas no estilo do catolicismo tradicional, antes do Concílio Vaticano Segundo. E qual é o problema disso? Ser antigo antigo? O não presta? Não. Poderia ser um antigo, um antigo bom. Mas é que é desligado de qualquer dimensão bíblica, de qualquer visão de Deus amor, mais atual e aí é muito importante esse trabalho que o Concílio Vaticano fez de integrar a espiritualidade a Maria, primeiro nessa visão da igreja. Primeiro Maria é uma figura da igreja, então ela é uma de nós, ela não é rainha, ela não é uma espécie de deusa, ou por exemplo uma intercessora, que eu rezo a ela como se fosse um pistolão, por exemplo eu vi vídeos horrorosos, nos quais as pessoas diziam que teve uma visão, na qual Jesus está irritado com a humanidade e Maria foi quem conseguiu que ele se reconciliasse, quer dizer, isso é uma visão de Jesus horrorosa, de um Deus cruel, isso a gente não pode ter. A visão de Maria é a visão de discípula. A gente tem que aprender com ela a sermos discípulos e discípulas de Jesus. Um grande abraço a vocês,Deus abençoe e até amanhã se Deus quiser (João 19, 25 a 34). _*Marcelo Barros*_