Queridos irmãos e irmãs!
O evangelho de hoje, João 14, 27 a 31, continua a palavra de Jesus aos discípulos, que é como o Testamento dele na hora da ceia. E aí tem uma palavra que é fundamental no evangelho, que todo mundo conhece, mas nunca é demais repetir. Vocês lembram que a gente repete isso em cada celebração eucarística, a palavra de Jesus, “Eu lhes deixo a paz, eu lhes dou a minha paz”. Pois é, a paz é uma das coisas mais fundamentais na Bíblia, porque Shalom, a palavra Hebraica, significa paz no sentido nosso. Mas é mais do que simplesmente não haver guerra, ser tranquilidade. A paz é aliança, é comunhão. A paz é a relação de amor e intimidade que a gente vive com Deus, consigo, uns com os outros e com o universo.
Havia um teólogo, espanhol, Raimundo Panikkar, que ele diz que Jesus estabelece com a gente uma aliança que ele chama cosmoteândrica. O que significa isso? É que envolve o Cosmo, o Universo, Deus, Teo e Andros, o homem, o ser humano. Então envolve Deus, o ser humano e o universo, numa só intimidade de amor. E é isso que Jesus diz a gente e ele diz que isso está ligado ao fato dele ir ao Pai, Dele pedir por nós ao Pai, Ele é o mediador desta aliança e nós, cristãos, nós discípulos e discípulas Dele, vivemos com Ele essa relação de amor, que a gente a cada momento renova e renova fundamentalmente para que a nossa fé seja instrumento de paz. Então que tristeza a gente lembrar que algumas vezes a religião foi fator de violência, de ódio, de intolerância e que até hoje tem gente que persegue, por exemplo, as religiões afro-brasileiras ou discrimina outras religiões em nome de Jesus. E ele, absolutamente, não aceita isso. Acho que se a gente é de Jesus, a gente é do amor, da Paz e da comunhão Universal com todas as culturas, todas as religiões e todos os caminhos humanos. Um grande abraço para vocês Deus abençoe. Até amanhã (João 14, 27 a 31). Marcelo Barros