Queridos irmãos e irmãs!
O evangelho de hoje continua o discurso de Jesus na sinagoga de Cafarnaum, depois de ter no deserto alimentado aquela multidão. O evangelho de hoje é João 6, 30 a 35. Quando Jesus diz “eu sou o pão da vida”, normalmente os católicos entendem a Eucaristia, o pão consagrado. No contexto que Jesus fala, no judaísmo o qual Jesus cresceu, o pão da vida é a Torá, é a lei, a lei que foi simbolizada no Maná do deserto e ela é alimento. O Salmo 19 diz “a palavra de Deus é alimento para minha vida”. O salmo 119 também retoma essa mesma imagem da Lei com alimento. Mas Jesus é aquele que vem fazer uma verdadeira revolução na vida da gente.
Jesus vem nos libertar da Lei e do templo, da religião e quando a gente aceita essa palavra de Jesus, que nos liberta da Lei e do sistema religioso, então, de fato, ele é o pão da vida, quer dizer, ele é aquele que alimenta um projeto de vida novo, ele é alguém que satisfaz todos os nossos anseios, e expectativas. Ele é vida plena para gente, ele é fonte do que os índios chamam BEM VIVER e é isso que o evangelho de hoje nos diz e que a gente deve procurar. Hoje no mundo existem mais de um bilhão de pessoas com fome e , evidentemente, que esses evangelhos de ontem e hoje, no qual Jesus diz “olha Moisés deu o maná no deserto, mas sou eu que vou dar o verdadeiro Maná, a gente não pode simplesmente espiritualizar, não dá para interpretar esse texto como dizendo Jesus não tá preocupado com alimentação humana, não. Ele está, ele quer que a gente faça. O que ele quer é que a gente liga essa alimentação humana à liberdade, ao destino, ao direito humano de ser pessoa humana com toda a dignidade, toda liberdade e que o pão não nos escravize, que alimentação não faça a gente depender de outras pessoas e de sistemas que nos alimentam mas nos tiram a vida. Paravocês um bom dia, Deus abençoe Até amanhã se Deus quiser (João 6, 30 a 35). Marcelo Barros