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Participantes de uma videoconferência do grupo de trabalho criado pela Câmara dos Deputados para aperfeiçoar a legislação de combate ao racismo estrutural no País defenderam a regulação do mercado audiovisual no Brasil para aumentar o acesso de profissionais negros ao setor, com a valorização de suas vivências e especificidades. O pedido vale para ingresso nos cursos de audiovisual, acesso a políticas públicas, contratação em elencos e ainda como cabeças de equipe na televisão ou no cinema, por exemplo.

O debate (realizado nesta sexta-feira, 23) teve como tema "Cultura e Reparação Histórica da População Negra".

Uma das participantes foi a atriz Sofia Ferreira, do Coletivo Macumba Lab Audiovisual, que luta por mais espaço no mercado audiovisual para profissionais negros.

“A falta de inclusão de pessoas negras, indígenas e LGBTQIA+ na indústria audiovisual causa um dano imenso para essas populações também no quesito econômico. O audiovisual hoje movimenta aproximadamente R$ 25 bilhões por ano e emprega 330 mil profissionais negros. Parece considerável, mas uma pesquisa da Ancine de 2016 revela que pessoas negras representam 2,5% de diretores e roteiristas, sendo que somente homens negros estão nesse percentual. A gente não tem mulheres negras como diretoras e roteiristas. ”

Jô Santana, da Fato Produções Artísticas, disse ter sido salvo pelo teatro. Idealizador do musical “Cartola: O mundo é um moinho”, de 2016, disse que sua motivação foi contar a história de povo negro.

Ele destacou ainda que o incentivo a produções culturais significa também a criação de empregos diretos e indiretos para pessoas que vêm da periferia.

“Eu quero hoje através da arte gerar emprego. Encher a geladeira do jovem negro, porque nós somos potência, só precisamos de oportunidade, só isso.”

O grupo de trabalho de combate ao racismo é formado por 20 juristas, todos negros, e tem até o fim deste mês como prazo inicial para concluir seus trabalhos e apresentar sugestões de alteração na legislação brasileira. O debate foi coordenado pela jurista Rita de Oliveira.

De Brasília, Noéli Nobre

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Notícia com apoio cultural de    http://qsaudavel.com