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Description

Uma história que, talvez, deixe no chinelo as mais criativas canções sertanejas de “sofrência”. Tem briga de marido e mulher – para usar a analogia que o presidente gosta -? Tem. Tem traição, mentiras, ciúme, ligação vazada... Um quer sair o tempo todo, o outro quer ficar mais em casa.... daí brigam. Os amigos já não sabem o que fazer com o casal: limparam as gavetas de um, achando que ele seria chutado de casa. Daí, cobraram do outro que a separação viesse o mais rápido possível. Os vizinhos também não sabem o que fazer: os da frente, julgam, mas só o fazem quando provocados. Os do lado, gostam mesmo é de falar. A politização da tragédia é a própria tragédia da política e o remédio para essa crise não sai da fase de testes. E não é da cloroquina que estamos falando. Testam as instituições, testam os limites do isolamento, testam a paciência das pessoas. Só não testam – de forma suficiente – os pacientes para que saibamos qual o tamanho do drama que vamos cantar no futuro. Na novela da Esplanada, o ministro já morreu e não sabe. Na ficção, talvez pudesse pegar seus R$ 600, dizer que vai comprar cigarro e nunca mais voltar. Mas, na vida real, toda essa “sofrência” mais parece uma marcha fúnebre e que ainda não chegou nem perto do refrão.