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Description

A comparação de um Brasil subnotificado com uma Alemanha que tenta controlar suas mazelas é fábula contada por um ministro que “performa”, mas sequer existe. Diz a lenda que a cidade alemã de Hamelin sofria com os ratos e um flautista trouxe a solução: Em troca de algumas moedas, tocou seu instrumento, hipnotizou os roedores e levou-os à morte. Ninguém quis pagar o flautista, que, injuriado, jurou vingança: soprou sua flauta e levou embora todas as crianças da cidade. Por aqui, o presidente arrisca algumas notas. Entre uma tosse e outra – sustenida – vai escrevendo a partitura: sem “DÓ”, rasga a caneta: muda ministros, grita, hipnotiza e quer a atenção para “SI”. Mas, e as mortes?- Tsc, tsc, tsc... E Flautista “LÁ” é coveiro? Carreatas em marcha à “RÉ” bradam pelo direito à morte. A liberdade é “SOL” que não existe, assim como a fábula do começo. Em Hamelin não há mais ratos: morreram afogados. Em Hamelin não há mais crianças: estão todas presas. Em Hamelin sobraram os ricos. Os ricos, o silêncio e a tristeza. O flautista de Hamelin, por aqui, é um saxofonista de shopping center.