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Uma pandemia de contradições. Economia versus Saúde: Ir às ruas é o remédio proposto pelo governo para salvar a vida de pobres. “A vida não tem preço”: mas reclamam do valor que já foi gasto para combater o vírus. A luta é contra o desemprego, mas um ministro é demitido por fazer seu trabalho. O novo diz estar alinhado ao pensamento do chefe, mas defende o que fazia o, agora, ex-funcionário. A trama da semana se passa em uma lanchonete fast-food que não fechou na quarentena. Explicamos: é o fim do plano de carreira do ex-ministro que ganhou muitas estrelinhas no crachá. Passou pela fritadeira, se queimou. Passou pela limpeza, lavou roupa suja. Passou pelo caixa, mas a economia vem depois. Recolheu as bandejas, tirou o lixo, varreu o salão. Mas foi no atendimento onde se perdeu: quis aparecer mais que o gerente. Matula nas costas, foto de funcionário do mês debaixo do braço, pegou seu colete e se foi. Todo mundo achou estranho, boa parte não gostou: o gerente não quis saber. Diz, agora, que há um Congresso inteiro faminto para que ele deixe o balcão, mas confia em um molho especial – ainda em fase de testes – para recuperar a clientela. Sempre gostou do conflito e não tem problemas em comprar uma nova briga. Entre pedras e flores, socos e pontapés... a chapa esquenta e o novo funcionário já frita. A herança é maldita, a briga é de cachorro. Salve Machado de Assis: ao vencedor, as batatas.