“Na verdade, os desequilíbrios que sofre o mundo contemporâneo estão ligados a um
desequilíbrio mais profundo, que se enraíza no coração do homem.
“Com efeito, no íntimo do próprio homem muitos elementos se combatem. Por um
lado, como criatura, ele experimenta as suas múltiplas limitações; por outro, sente-se
ilimitado nos seus desejos e chamado a uma vida superior.
“Atraído por muitas solicitações, vê-se a todo o momento constrangido a escolher
entre elas, e a renunciar a algumas. Mais ainda: fraco e pecador, faz muitas vezes
aquilo que não quer, e não realiza o que desejaria fazer. Por isso, sente em si mesmo
uma divisão, da qual tantas e tão grandes discórdias se originam para a sociedade”
(Gaudium et Spes, n. 10).