Listen

Description

Oh eu! Oh vida!... das questões de estas recorrendo;

Dos infindáveis comboios dos descrentes — de cidades atestadas com os tolos;

De eu próprio continuamente recriminando a mim próprio, (pois quem mais tolo que eu, e quem mais descrente?)

De olhos que debalde anseiam a luz — dos objectos vis — da luta sempre renovada;

Dos pobres resultados de tudo — das multidões arrastadas e sórdidas que vejo ao meu redor;

Dos vazios e inúteis anos dos restantes — com os restantes eu irmanado;

A questão, Oh eu! tão triste, recorrendo — Que bem no meio destes, Oh eu, Oh vida?

Resposta.

Que tu estás aqui — que a vida existe, e a identidade;

Que o poderoso drama continua, e tu contribuirás um verso.

(trad. João Inácio de Paiva, 2012)