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Alta da taxa básica de juros e baixa no mercado internacional levaram a bolsa de valores brasileira a apontar perdas nesta terça-feira (23). O Bitcoin ampliou a correção antes de esboçar uma recuperação.

Ontem, o IBOVESPA teve queda de 1,07%. Hoje, o índice manteve a tendência, com retração de 1,49%. O dólar registrou um ligeiro recuo, ficando cotado a R$ 5,51.

Pelo Brasil, o avanço da COVID-19 e recordes de mortes tem preocupado os investidores, que enxergam uma recuperação da economia mais distante. Para conter a inflação, o Banco Central dá fortes indícios de um novo aumento da SELIC, já em maio. Nas métricas, a confiança do consumidor caiu 9,8 pontos em março, para o menor valor desde maio de 2020. Lá fora, a pandemia do coronavírus intensifica os lockdowns na Europa. Nos Estados Unidos, o presidente do Banco Central e a Secretária do Tesouro destacam a recuperação momentânea da economia, mas fazem ressalvas sobre a necessidade de mais trabalho até uma retomada consistente. O governo, inclusive, estuda um pacote, agora, de US$ 3 trilhões para infraestrutura.

Já o Bitcoin seguiu em queda até os US$ 53 mil durante a correção, antes de esboçar uma recuperação. A tendência de baixa começou ainda na manhã de ontem, quando a criptomoeda de referência testou a resistência dos US$ 58,5 mil. De lá até a madrugada de hoje a descida terminou nos US$ 53 mil, quando os bulls começaram a comprar. Durante à tarde, houve uma tentativa de bater nos US$ 56 mil, mas o nível corrigiu. Agora, a moeda digital é comercializada a US$ 54,9 mil. No Brasil, a média de negociação é de R$ 307 mil.

A descida até os US$ 53 mil na noite de ontem foi mais especulativa do que orgânica. Segundo os analistas da Cryptal Digital, o recuo de preços intensos apontou para uma aversão a investidores muito alavancados. Só nas últimas 24 horas, foram US$ 1,7 bilhão em contratos futuros de Bitcoin liquidados. Isso acabou por neutralizar a taxa de financiamento e a levou para níveis abaixo da média de 0,01%.

Da mesma forma que o Bitcoin, o mercado internacional também apontou para baixa, principalmente índices apoiados em ações de tecnologia, que registraram ganhos recordes no final do ano passado e começo de 2021. Nossa equipe explica que o início da descida de preços da criptomoeda sinaliza para o avanço da terceira onda da COVID-19, na Europa, e um cenário econômico norte-americano ainda bem confuso, com os títulos do tesouro batendo frente a diversos papéis de grandes empresas.

Agora, o mercado cripto ainda observa um movimento bastante intenso de acúmulo de Bitcoin fora das exchanges, ao mesmo tempo em que baleias fazem pequenas vendas, via OTC, para outros compradores. O cenário, agora, parece bastante misto. Níveis acima dos US$ 55 mil, podem permitir um avanço do Bitcoin para US$ 56 mil e, assim, buscar uma retomada da alta. Caso contrário, um teste dos US$ 52 mil entra no radar, com um fim possível em US$ 46 mil.

Nas métricas do dia, o suporte do Bitcoin sobe para 54,7 mil, e a resistência para US$ 57,4 mil, segundo o indicador de Fibonacci, em um tempo gráfico de 24 horas. A média móvel exponencial de 20 períodos marca, agora, o preço atual do ativo. O RSI fica em 52%, bastante equilibrado. O MACD, por fim, avança no afastamento dos seus indicadores, após o cruzamento para baixo das linhas.

Essa foi a análise desta terça-feira da equipe Cryptal Digital. Veja outras análises em nosso WhatsApp e nos canais de áudio oficiais, como SoundCloud e Spotify. Acesse também nosso Blog para conferir todas as novidades do mundo cripto. E siga a gente nas redes sociais para acompanhar o trabalho de nossos especialistas!