Silvana Garcia é teórica, ensaísta e professora. Pesquisadora que acompanha as atividades cênicas paulistas nos anos 1990, dedica-se a perceber o trabalho de grupo continuado junto às pesquisas experimentais e a dramaturgia contemporânea brasileira. Formou-se em direção teatral na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), em 1973, e teve a dissertação de mestrado Teatro da Militância, sobre o teatro de resistência no período da ditadura, lançada em 1990, assim como a tese de doutorado As Trombetas de Jericó, em 1997, dedicada ao teatro de vanguarda. Torna-se professora de matérias teóricas na Escola de Arte Dramática (EAD), assumindo sua direção de 1997 a 2000.
Como dramaturgista, acumula algumas significativas realizações, como os espetáculos: "Farsas e Improviso", de Molière, e "Em Lugar Algum", adaptação do livro "Tempo de Despertar", de Oliver Sacks, ambos com direção de Beth Lopes; "Luzes da Boemia", de Ramón del Valle-Inclán, e "A Casa de Bernarda Alba", de Federico García Lorca, ambos em direção de William Pereira, Projeto Sesc Lorca na Rua, São Paulo, 1998; adapta o romance Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro para o Teatro Vila Velha, do baiano Márcio Meirelles, texto lido em Salvador, 2001.
Sua produção ensaística registra contribuições internacionais importantes, como: "...Yet there is method in't. Ham-let. José Celso Martinez Corrêa", em "Gestos", University of California/Irvine (1995); "Vau da Sarapalha: la poética de Guimarães Rosa en escena", em "Teatro al Sur", Buenos Aires (1995); "Jó, su cuerpo y Diós...", em "Teatro al Sur (1996); "Éxubérance et pluralité théâtrales. Bilan de la production théâtrale de São Paulo", em Teatro al Sur, edição especial em língua francesa (1996); "Production, Diffusion Et Public des Spetacles à São Paulo", surgida em "La Mediation Théâtrale", Bélgica (1998); "Un homme de spetacle bien brésilien: Antonio Nóbrega (1952)", em Teatro al Sur, edição especial em língua francesa/Festival de Avignon (1999).
Junto às publicações brasileiras possui diversas contribuições, com destaque para "De Büchner a Bread & Puppet: Sendas do Teatro Político Moderno", no livro de J. Guinsburg, "Diálogos sobre Teatro", de 1992; "A Cena Classicista", na obra "O Classicismo", também de J. Guinsburg (1999), e "Do Sagrado ao Profano: O Percurso do Teatro da Vertigem", análise sobre o trabalho do grupo presente no livro "Teatro da Vertigem: Trilogia Bíblica" (2002).
Em 2001, passa a dirigir a Divisão de Pesquisas do Centro Cultural São Paulo (CCSP) e lança no ano seguinte "Uma Odisséia do Teatro Brasileiro", que agrupou depoimentos dos mais expressivos criadores da cena brasileira contemporânea, numa série de encontros promovidos pelo Ágora - Centro para o Desenvolvimento Teatral.
Silvana Garcia é assiduamente convocada como debatedora, curadora e integrante de comissão julgadora de encontros, eventos, festivais, premiações e editais em torno da produção teatral paulista.
Referências:
GARCIA, Silvana. "Teatro da Militância". SP, Perspectiva, 1990.
GARCIA, Silvana. "As Trombetas de Jericó: Teatro das Vanguardas Históricas". SP, Hucitec, 1997.
O episódio foi ao ar em 25 de junho de 2021. #TUSPemCasa