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Profecia de Malaquias 3,1-4

Assim diz o Senhor:

[1] Eis que envio meu anjo, e ele há de preparar o

caminho para mim; logo chegará ao seu templo o

Dominador, que tentais encontrar, e o anjo da aliança,

que desejais.

Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos;

[2] e quem poderá fazer-lhe frente,

no dia de sua chegada?

E quem poderá resistir-lhe, quando ele aparecer?

Ele é como o fogo da forja e como a

barrela dos lavadeiros;

[3] e estará a postos, como para fazer derreter e

purificar a prata: assim ele purificará os filhos de Levi

e os refinará como ouro e como prata, e eles poderão

assim fazer oferendas justas ao Senhor.

[4] Será então aceitável ao Senhor a oblação de Judá

e de Jerusalém, como nos primeiros tempos

e nos anos antigos.

Palavra do Senhor.

REFLEXÃO

O nome “Malaquias” não é um nome próprio.

Significa “o meu mensageiro”.

É o título tomado por um profeta anônimo, sobre o qual

praticamente nada sabemos e que se apresenta

como “mensageiro” de Jahwéh.

Atuando na Jerusalém do período posterior ao regresso

da Babilônia, é um fervoroso defensor da tradição dos

valores judaicos, um fervoroso pregador de reformas,

um zeloso defensor do culto autêntico, favorável ao

Templo já reconstruído, preocupado com a pureza dos

sacerdotes e dos levitas, defensor dos sacrifícios,

diante de um culto que funcionava, mas de maneira

imperfeita, contrário aos matrimônios mistos.

Este quadro, posterior à restauração do Templo,

situa-nos na primeira metade do séc. V a.C.

(entre 480 e 450 a.C.), muito próximo da época

de Esdras e Neemias.

Este “mensageiro de Deus” reage vigorosamente contra

a situação em que o Povo de Judá está a cair e que

veremos mais adiante.

Coloca cada um diante das suas responsabilidades para

com Jahwéh e para com o próximo, exige a conversão

do Povo e a reforma da vida cultual.

A lógica deste mensageiro é construída numa base

deuteronomista: se o Povo se obstinar em percorrer

caminhos de infidelidade à Aliança, voltará a conhecer

a morte e a infelicidade; mas se o Povo se voltar para

Jahwéh e cumprir os mandamentos, voltará a gozar

da vida e da felicidade que Deus oferece àqueles que

seguem os seus caminhos.

Apenas a título de exemplo, podemos ler Dt 30,15-20,

para entender que a concepção da vida e da felicidade

do povo de Israel depende de uma escolha, em que a

escolha pelos caminhos de Jawéh conduz à vida e à

felicidade, ao passo que a escolha pelas forças próprias

e sobretudo contrárias a Jawéh conduz à morte e à ruína.