Lamentável o que acontece, de novo, ouçam bem, de novo, na cidade serrana de Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro. Chuva intensa, deslizamento, mortos, feridos e desaparecidos. Diante desse cenário é possível pensar que a cidade e seus habitantes foram vítimas do clima, que anda agressivo e que segundo especialistas, ficara ainda mais. Mas não, o clima não é o único culpado e muito menos o principal responsável. Este é o homem, mais precisamente as autoridades fluminenses, que deixaram estas cenas se repetirem.
Há dez anos houve evento semelhante e, de la para cá, a única coisa que de fato fizeram para mitigar as gravidades do evento foi instalar sirenes para avisar o povo de que o pior estava por vi r. Agora que a tragédia ocupa as manchetes e os dramas pessoais fazem verter lagrimas até nos jornalistas que fazem a cobertura – jornalistas também são humanos e empáticos, não podemos esquecer! – fica se sabendo que a verba destinada a minimizar os danos da agressividade climática, não foi utilizada na sua totalidade. Ou melhor, nem a sua metade. Cadê o dinheiro que foi aprovado e estava no orçamento do Estado? Cadê os deputados e vereadores que deveriam fiscalizar o executivo. E este, sr. governador e prefeito, porque nada foi feito para impedir a repetição desta tragédia.
Infelizmente, no Brasil, não temos a cultura da prevenção. Quando acontece o desastre, todo mundo corre para ajudar e socorrer. Os políticos fazer promessas e asseguram que a cena não voltara a acontecer. São promessas, feitas no calor da hora. Quando o corpo esfria, todas elas são esquecidas e o povo largado para sozinho solucionar este problema que também é e principalmente do Estado. Fato é que entra ano e sai ano, o dinheiro para a prevenção não é investido, especialistas não são chamados para opinar e a ideia de um programa habitacional para tirar as famílias destas casas dependuradas nas encostas nem é discutida.
Segundo especialistas, o clima ficará ainda mais agressivo, o intervalo dessas ações intemperes ficará mais curtos e ainda mais intensos, ou seja, o risco de tragedias semelhantes ou piores é alto. Urge, então, já que existe esta previsão e ela é plausível, que as autoridades, desde já, convoque os especialistas em tudo o que é possível e esteja relacionado ao tema para juntos, unidos, independentemente de governo e ideologias, desenvolver um plano preventivo que se não impedir, ao menos mitigar os danos que que estamos vendo em Petrópolis e que este ano já vimos na Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina.
O povo brasileiro não merece este descaso!