Dizem que o que faço é heresia,
que ao fazer poesia
deve-se pensar em Castro Alves, Drummond;
mas falar de sexo que é bom
isso não pode,
parece até que essa gente não fode
Abaixo a censura em forma de regime!
Não há nada mais sublime
que o prazer de gozar
Como eu hei de ficar?
Se não puder falar
da leveza da boceta,
da destreza da caceta,
e o cu, que nunca sai de moda,
eterna sobremesa da foda?
E digo nestes finais acréscimos
que se pudéssemos
faríamos todo dia,
ninguém jamais se sacia,
seja de alma comportada ou vadia;
portanto, vamos parar de hipocrisia,
entre estuque e piso
não há cavalheiro indeciso,
como entre quatro quadrelas
não existem donzelas;
meu poema de sexual ironia
também é poesia!