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O jornalista João Paulo Charleaux, com ampla experiência em reportagem e edição e trabalha no jornal digital Nexo, se diz sem esperanças quanto a um futuro melhor para o jornalismo no Brasil e ressalta que caminhamos para uma “mulecalização da linguagem” atrelada à busca de maior engajamento nas redes sociais. “Sou pessimista quanto ao futuro do jornalismo no Brasil. As pessoas leem cada vez menos. Esses aparelhos de celulares, esses memes, tudo conduz para uma leitura ligeira, baseada em imagens, coisas memetizadas, piadas, coisas baseadas em comentários curtos, tudo muito fugaz. Com algumas exceções, não vejo o jornalismo nacional caminhando para grandes materiais gráficos bem editados, grandes textos, livros reportagens. Caminhamos para a mulecalização da linguagem. Prefere-se ter mais engajamento com notícias tolas”.

Seu trabalho hoje é explicar e ser plural, elaborar informação útil e compreensível com todos os envolvidos no fato, fazer entender a notícia com cobertura ampla e didática. Charleaux faz “jornalismo de recuperação”, uma revisão bibliográfica dos fatos. Trabalha com fontes primárias e coloca-as à disposição dos leitores. “Material mais original possível, sem que tenha a versão produzida por terceiros”.