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Description

O Tear de Olavo Bilac por Gilles

A fieira zumbe, o piso estala, chia

O liço, range o estambre na cadeia;

A máquina dos Tempos, dia a dia,

Na música monótona vozeia.

Sem pressa, sem pesar, sem alegria,

Sem alma, o Tecelão, que cabeceia,

Carda, retorce, estira, asseda, fia,

Doba e entrelaça, na infindável teia.

Treva e luz, ódio e amor, beijo e queixume,

Consolação e raiva, gelo e chama

Combinam-se e consomem-se no urdume.

Sem princípio e sem fim, eternamente

Passa e repassa a aborrecida trama

Nas mãos do Tecelão indiferente…

Edição por Felipe Xavier