Como o jejum, assim também a esmola nos é apresentada pela Igreja, sobretudo na quaresma, como virtude a ser vivida com empenho e zelo. Esmola, aqui, entendemos como valor que adquire à luz da caridade fraterna, que não se resume em pequenos gestos de doação, mas na atitude de quem assume a partilha como regra de vida e se empenha para uma ordem social solidária e justa. Nesta conversa gostaria de seguir um pouco o pensamento do Santo Padre, o Papa Bento XVI na sua grande encíclica, “Deus é Amor” e a considerações de muitos dos nossos bispos quando tratam da caridade. A caridade é o distintivo dos cristãos, conforme quis o próprio Jesus: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos noutros” (Jo 13,34-35). A evangelização alcança frutos maduros quando leva os cristãos à prática da caridade, como forma de vida dos discípulos de Jesus; para tanto, ela precisa ser constantemente retomada e aprofundada. E a quaresma é um desses momentos portunos para aprofundarmo-nos na caridade!