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Description

A linguagem neutra não é uma imposição linguística.

Muito menos um desejo de “manchar” a intocável pureza da língua.

A linguagem neutra é uma reivindicação, um pedido e um convite feito pelas pessoas que desde sempre não se sentem representadas nas convocatórias binárias da língua portuguesa.

Para que elas, essas pessoas, possam ser chamadas por aquilo que são.

E assim, se reconhecerem.

Se você nunca parou para pensar se o português, com seus pronomes e artigos, te incluí e te representa, é porque você é um corpo privilegiado que é contemplado pela gramática e pelos usos normativos da língua.

Mas pasmem: a língua e seus usos não são categorias imutáveis, monolíticas.

Pelo contrário, a língua é uma construção social, uma ficção arbitrária e que acompanha os movimentos do lugar onde ela é aplicada: a sociedade.

Ou você fala como Pero Vaz de Caminha?

Ou vai comprar seu KY na pharmácia da esquina?

Em suma, a linguagem neutra não é sobre você.

É sobre o outro.

Conceda.

Ou melhor,

Acate.

E não faça a fundamentalista da língua, com um livro de Gramática e um Aurélio debaixo do braço, fazendo as vezes da Bíblia.

Como diria Galileu, a terra gira. E a língua muda.

P.S final: Ah, e a linguagem neutra é sobre pessoas, existências, corporeidades.

Portanto não faz a locah de sair botando um “e” no final de palavras que são objetos ou coisas para debochar de um assunto relevante desse.

Vergonha é uma palavra agênera que serve pra todo mundo, mas não fica bem em ninguém.

Beija!

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#kuradorya #teatrokunyn #orgulhodeser #LGBTQIA+ #bixa

Referência do episódio:

MANIFESTO ILE PARA UMA COMUNICAÇÃO RADICALMENTE INCLUSIVA

https://diversitybbox.com/pt/manifesto-ile-para-uma-comunicacao-radicalmente-inclusiva/