"Procura do Velho e do Novo"
Quando lerem seus papéis
Pesquisando, dispostos ao assombro
Procurem o Velho e o Novo, pois nosso tempo
E o tempo de nossos filhos
É o tempo das lutas do Novo contra o Velho.
A astúcia da velha trabalhadora
Que toma ao professor seu saber
Como um fardo pesado demais, é nova
E deve ser mostrada como Novo. E velho
É o medo dos trabalhadores, durante a guerra
De aceitar os panfletos que têm o saber; deve
Ser mostrado como Velho. Mas
Como diz o povo: na mudança de lua
A lua nova segura a lua velha
Uma noite inteira nos braços. A hesitação dos receosos
Anuncia o novo tempo. Sempre
Determinem o Já e o Ainda!
As lutas das classes
As lutas entre Velho e Novo
Ocorrem também dentro de cada um
A disposição de ensinar do professor:
O irmão não vê, um estranho vê.
Examinem todas as ações e emoções de seus personagens
Na busca de Velho e Novo!
As esperanças da mercadora Coragem
São fatais para seus filhos; mas o desespero
Dos mudos com a guerra
Pertence ao Novo. Seus movimentos desamparados
A grande ajuda, devem enchê-los
De orgulho; a energia
Da mercadora que não aprende, de compaixão.
Lendo seus papéis
Pesquisando, dispostos ao assombro
Alegrem-se com o Novo, envergonhem-se do Velho!
– Bertolt Brecht