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Katia Krafft ficou famosa por chegar a poucos metros de vulcões ativos para fotografá-los e estudá-los. Suas fotos revelaram dados fundamentais para a compreensão científica de vulcões ativos. KK nasceu em 1942. Na faculdade estudou sua primeira erupção: a do vulcão Stromboli, na Itália. Ali conheceu Maurice Krafft, futuro marido e parceiro de trabalho por toda a vida. Vulcões ativos são perigosíssimos por serem imprevisíveis e, por isso, muitos cientistas preferem preservar a própria vida a se arriscar observando erupções pessoalmente. K., no entanto, chegava a pouquíssimos metros de rios de lava; as imagens produzidas por ela e M. os alçaram à fama e reconhecimento como vulcanólogos, possibilitando que viajassem o mundo atrás de vulcões. Itália, Japão, Colômbia, Islândia e Indonésia eram seus principais destinos. O trabalho de K. elucidou diversos aspectos sobre erupções e os seus impactos no ecossistema. Ela também pesquisava os efeitos das chuvas ácidas e nuvens de cinzas que surgiam após as erupções. Vestida com um traje de sua criação, anti-queimaduras, e com um capacete para se proteger das pedras projetadas por vulcões, entrou em um lago de ácido a bordo de uma canoa para conseguir amostras mais precisas. K. e M. ficaram conhecidos como “os diabos dos vulcões”. O casal colaborou com entidades governamentais para definir protocolos de segurança e evacuação em zonas com atividade vulcânica, ajudando a conscientizar a população destes locais sobre como e quando agir, quais sinais observar, etc. Em 1991, K. e M.morreram uma morte previsível, honrada: estavam registrando a erupção do Monte Uzen, no Japão, quando foram atingidos pelo fluxo piroclástico que saiu inesperadamente de um canal. A obra dos Krafft faz parte do acervo do Museu de História Natural de Paris. No documentário “Visita ao Inferno”, disponível na Netflix, o célebre cineasta Werner Herzog homenageia K. e M. Krafft, imortais por suas contribuições científicas e coragem.