Lili Carabina foi uma criminosa brasileira, cheia de charme, eternizada no imaginário cultural do país. Djanir Ramos Suzano nasceu em 1944, no Rio de Janeiro. Casou-se cedo, por imposição dos pais, mas logo abandonou o marido ao se apaixonar por um traficante com quem teve dois filhos. Quando ele foi assassinado, Djanir, com 20 anos, entrou para o crime, vingando seu amor e matando os dois responsáveis com as próprias mãos. Em 1975, Djanir virou assaltante de bancos. Maquiada, bem arrumada e sensual com roupas justas, de peruca loura e óculos escuros, ela mesma relembrou de suas táticas, em uma entrevista: “Eu entrava sempre na frente, porque quem fica para trás corre mais risco. Eu procurava prender o guarda ou o gerente, puxava conversa, jogava um charme. Eles me achavam bonita e eu ia enganando o cara, até ter chance de abrir a bolsa e puxar a arma”. Seus comparsas a apelidaram de “Lili Carabina”, e o codinome foi adotado pela mídia, mas Djanir também era chamada de “loura da metralhadora”, “mulata pistoleira”, dentre outros títulos. Apesar disso, Lili nunca portou nem carabina nem metralhadora, mas sim uma pistola 9mm adaptada, que cabia na bolsa. Lili Carabina foi presa no final dos anos 80, e condenada a mais de 100 anos de reclusão. Fugiu seis vezes da cadeia. Em uma de suas fugas, levou um tiro na cabeça e passou mais de um mês em coma. Uma das balas ficou alojada em sua cabeça, e parte do lado esquerdo de seu corpo ficou paralisada. Ao retornar para a penitenciária depois de sua recuperação, virou evangélica. Em 1999, beneficiada pelo indulto de Natal concedido pelo então presidente FHC, foi solta. Menos de cinco meses depois, no entanto, Djanir Suzano morreu, vítima de um infarto, aos 56 anos. Duas importantes biografias a seu respeito foram escritas por Aguinaldo Silva, que tinha sido repórter de polícia antes de virar autor. Estes livros foram adaptados para o cinema, dando origem ao filme “Lili, a estrela do crime”, com Betty Faria no papel principal.