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Description

Foi uma matemática e física francesa. Amante de Voltaire por 15 anos, Madame du Châtelet foi muito mais do que isso. Gabrielle-Émilie Le Tonnelier de Breteuil nasceu em 1706, em Paris. Brilhante desde a infância e filha de uma família nobre, Émilie teve aulas com excelentes professores mas, a partir de certa idade, interromperam seus estudos por ser mulher. Aos 12 anos, a jovem já falava seis línguas, e, autodidata, passou a estudar sozinha os dois assuntos que mais lhe interessavam: física e matemática. Aos 19 anos, Émilie se casou com o marquês du Châtelet, com quem teve três filhos. O matrimônio não interrompeu sua ativa vida social, nem impediu que Madame du Châtelet tivesse uma série de amantes. Seu caso mais longo, intenso e famoso foi com Voltaire, a quem Émilie salvou de uma série de problemas pessoais e políticos. Os amantes passaram a viver juntos (com o apoio do marido de Châtelet!), e é dito que o lar do casal tinha uma biblioteca com mais de 20 mil volumes: mais livros que bibliotecas da maioria das universidades da época. Juntos, Voltaire e Émilie tinham profundas discussões científicas e filosóficas. Foram os primeiros pensadores a valorizarem a obra de Isaac Newton, enquanto a maior parte da intelectualidade francesa privilegiava as ideias de Descartes. Émilie du Châtelet decidiu, então, traduzir a obra mais importante de Newton, “Principia”. Em 1749, a marquesa tinha 42 anos de idade e descobriu que estava grávida. Não era difícil prever que ela não sobreviveria à gestação: na época, a expectativa de vida na França não passava dos 30 anos. Émilie du Châtelet passou a trabalhar 18 horas por dia para concluir sua obra máxima: a edição francesa de “Principia”. De fato, seis dias depois de dar à luz, Émilie du Châtelet faleceu -- mas seu trabalho estava concluído. Além da tradução, a Marquesa du Châtelet deixou uma série de artigos científicos e tratados filosóficos como legado.