“Ser mãe é padecer no paraíso”, diz o dito popular mais ilusório que existe.
Ou as mulheres têm memória curta ou querem que as outras mulheres também passem o que elas passaram com a maternidade quando repetem essa frase para outra mulher, geralmente, grávida ou recém-parida.
Calma...
Não estou querendo dizer que ser mãe é receber um castigo, mas não é esse mar de rosas que muita gente e até a mídia ainda vendem como sinal de plenitude da mulher.
Maternar requer uma renúncia enorme, é, para a maioria das mulheres, abandonar a própria vida para cuidar de um pequeno ser humano dependente dela. Tudo por causa desse discurso que reforça a concepção da maternidade como um instinto de toda mulher.
Neste episódio eu converso com a Bebel Soares, escritora e fundadora da rede feminista de apoio à mães Padecendo no Paraíso. Ela está lançando o livro “Sem Paraíso e Sem Maçã” para contar a própria história e de muitas outras mães que viveram os primeiros meses da maternidade com a certeza de que eram capazes de ser uma boa mãe, boa esposa e boa profissional.