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APRESENTAÇÃO

Ler uma comunicação feminista por meio de artigos, revistas, sites e inclusive jornais disseminados pelas redes sociais e a internet é algo comum nos dias atuais. Entretanto, é importante lembrar que a existência da propagação dos feminismos não se iniciou agora, como se evidencia pela robusta produção de periódicos e revistas, realizada por mulheres ao longo do século XIX e principalmente, na virada desse para o século XX. Os feminismos e as diferentes formas de disseminação por meio da área da comunicação se transformaram no decorrer dos séculos, constituindo redes de ativismo, refletindo transformações socioculturais de seu tempo e auxiliando no protagonismo das mobilizações feministas, em suas lutas e reivindicações.

É a partir das novas tecnologias da comunicação, especialmente na internet nas décadas iniciais dos anos 2000, que irão dar origem a imprensa feminista digital como a conhecemos hoje. Uma imprensa feminista digital, que gera profundas transformações na disseminação dos feminismos e o surgimento de novas dinâmicas de militância. Entre as ruas e a internet, milhares de mulheres cis e trans em espaços urbanos e rurais e de diversas minorias étnicas se iniciaram na mobilização política, experimentando nesse século XXI, o avanço da mobilidade social e o fortalecimento das redes de mulheres e feminismos já existentes.

No Brasil, os “feminismos populares” com foco das lutas urbanas na reivindicação por moradia e saúde, como eram até então conhecidos nas décadas de 1980 e 1990, se conectam diretamente com o que atualmente é nomeado por pesquisadoras como “feminismos periféricos”. É possível rastrear uma ampliação da produção acadêmica que se volta para feminismos contra hegemônicos a partir de 2010 e as discussões sobre os “feminismos periféricos” remetem aos movimentos dessas mulheres que fazem os ativismos nas múltiplas e diversas periferias do país, e encontraram nas redes digitais uma ferramenta potente para renovar o que se entende como imprensa feminista. 

Para debater sobre o impacto da comunicação feminista digital no século XXI juntamente a mobilização dos feminismos periféricos e as transformações sociopolíticas que essa relação proporciona nos ativismos feministas, recebemos hoje no Segundas Feministas a pesquisadora Marilene Rodrigues Quintino.

FICHA TÉCNICA

Segundas Feministas

Episódio 142 - Feminismos, periferias e comunicação digital 

Convidada: Marilene Rodrigues Quintino (Puc-SP)

Direção Geral: Andréa Bandeira (UPE)

Direção executiva e Locução: Kaoana Sopelsa (UFGD) e Marcela Boni (USP)

Supervisão: Indiara Launa Teodoro (UFRPE)

Pesquisa e Roteiro: Aline Beatriz Coutinho (UERJ)

Edição de áudio: Indiara Launa Teodoro (UFRPE)

Pesquisa gráfica, Arte e Social media: Kaoana Sopelsa (UFGD), Marília Belmonte (USP), Geisy Suet (USP), Ingryd Damásio Ribeiro Tófani (Unimontes-MG), Renan de Souza Nascimento (Unimontes-MG) e Maria Clara de Oliveira (Unimontes-MG).

Colaboração: Cláudia Maia (Unimontes-MG), Aline Beatriz Coutinho (UERJ) e Suane Felippe Soares (UFRJ).

Trilha sonora: Ekena, Todxs Putxs (2017). 

Realização e apoio: Universidade de Pernambuco/NUPECS; PPGH da Universidade Estadual de Montes Claros;  GT GÊNERO ANPUH Brasil e ANPUH Brasil. 

País/Ano: Brasil, Ano IV, 2023.

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FONTES E INDICAÇÕES: 

Notas sobre a Fome | Helena Silvestre

Redes e Ruas | Paolo Gerbaudo 

Encruzilhada das guerreiras da periferia sul de São Paulo: feminismo periférico e fronteiras políticas | Bárbara Geraldo de Castro

A potência feminista, ou o desejo de transformar tudo| Verónica Gago

Militância ou profissionalização de gênero? Um estudo comparativo na imprensa feminista do Brasil, da Argentina e do Chile (1981-1996) | Júlia Glaciela Oliveira