O mundo do trabalho é pensado como espaço público e masculino. A partir dessa falsa premissa, as sociedades se estruturam na ideia fundamental de que as atividades laborais das mulheres não são trabalho ou são trabalhos de menor valor, o que apagou e apaga o serviço doméstico exercido primaria e historicamente pelas mulheres. Dessa premissa básica, também, tem resultado as muitas dificuldades enfrentadas pelas mulheres nos ambientes públicos de trabalho: para além da sobrecarga de atividades (“trabalho informal doméstico” mais trabalho formal), a desigualdade na distribuição social das tarefas de sustentação familiar ainda colabora e persiste no mercado formal de trabalho, resultando em que os ganhos e os reconhecimentos são desiguais para homens e mulheres. Motivo pelo qual as remunerações para as mulheres são menores do que as recebidas pelos homens, exercendo o mesmo trabalho, além da baixa representação em cargos de gerência e empresariais.
Os estudos feministas adotam o conceito de gênero para entender como as desigualdades fundamentadas na divisão sexo-racial e de classe organizam as sociedades, historicamente, e como essas desigualdades de gênero resultam em diferentes formas de violência contra as mulheres, ao reduzir direitos e condições de vida digna e apagar histórias.
E como isso afeta as mulheres artesãs que atuam no polo joalheiro do Pará, mais especificamente, no espaço São José Liberto é a tese original da pesquisadora Rosângela da Silva Quintela, que recebemos, hoje, no Segundas Feministas.
FICHA TÉCNICA
Segundas Feministas
Episódio 152 – Mulheres, Trabalho e Gênero na Amazônia
Convidada: Rosângela da Silva Quintela (UFPA)
Direção Geral: Kaoana Sopelsa (UFGD), Ana Carolina Coelho (UFG)
Direção Executiva: Marcela Boni (USP), Indiara Launa Teodoro (UFRPE)
Locução: Kaoana Sopelsa (UFGD), Ana Carolina Coelho (UFG), Marcela Boni (USP) e Indiara Launa Teodoro (UFRPE)
Supervisão de produção e Edição de áudio: Indiara Launa Teodoro (UFRPE)
Pesquisa de conteúdo e Roteiros: Kaoana Sopelsa (UFGD), Ana Carolina Coelho (UFG), Marcela Boni (USP), Marília Belmonte (USP), Geisy Suet (USP), Aline Beatriz Coutinho (UERJ), Renan de Souza Nascimento (Unimontes-MG) e Indiara Launa Teodoro (UFRPE)
Pesquisa gráfica e Arte: Kaoana Sopelsa (UFGD)e Ingryd Damásio Ribeiro Tófani (Unimontes-MG).
Ilustrações: Kaoana Sopelsa (UFGD)
Social Media: Marília Belmonte (USP), Geisy Suet (USP), Renan de Souza Nascimento (Unimontes-MG) e Indiara Launa Teodoro (UFRPE).
Trilha sonora: Ekena, Todxs Putxs (2017).
Realização e apoio: GT GÊNERO - ANPUH Brasil e ANPUH Brasil.
País/Ano: Brasil, Ano IV, 2023.
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FONTES E INDICAÇÕES:
QUINTELA, Rosângela. “As mulheres protagonistas do polo joalheiro do Pará: redes sociais visíveis e invisíveis, além das vitrines, na produção de joias artesanais”. In: História das Mulheres na Amazônia. 2023 (lançamento).