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“Imagina começar a olhar para um montanha e pensar que ela poderia ser outra coisa. A cosmologia indígena está toda rica em humanidade. As montanhas têm espírito. Os animais são espíritos dos nossos ancestrais. O ‘valor’ mais precioso deles são as cinzas. As mercadorias não têm importância. Para eles, o que importa é deixar para seus filhos a floresta. O resto vai com com eles quando morrem”, conta Patrícia Vaz, jornalista e assessora de programas da Comissão Pró Índio de São Paulo, que escolheu “A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami”, de Davi Kopenawa com colaboração de Bruce Albert. Nessa conversa com Nicole Aun e Letícia Balducci, Patrícia explica que se prestarmos atenção e estivermos em silêncio, perceberemos que o xamã fala diretamente a nós, com extrema generosidade. Não há vida sem floresta. Não há escuta sem silêncio. Não há certo nem errado. “Nós estamos lutando contra uma lógica memorialística do que é certo e do que é errado. Não é sobre isso. É sobre modos múltiplos de ver o mundo e escolher aquele que te habita melhor.” Em consonância com as palavras de Patrícia, Nicole faz uma provocação: precisamos amazonizar nosso olhar. Vamos?