Desde "Corra", muito se discute sobre o "novo cinema de terror", gênero que mistura o sobrenatural com debates sociais contundentes. Críticos especializados rejeitam a ideia de novidade, já que, como a ficção científica, o gênero de terror sempre se utilizou de metáforas e símbolos para lançar luz sobre questões importantes como discriminação, isolamento e saúde mental. De Frankestein ao Iluminado, do Dr. Caligari ao Vampiro de Dusseldorf, o terror inverte papeis sociais e nos faz questionar quem é médico e quem é monstro.
Na primeira incursão do Diversiarte no gênero, convidamos Priscilla Pachi, doutoranda em geografia e pesquisadora das relações entre capital e fluxos migratórios, para conversar sobre "O que ficou para trás", longa de estreia do diretor Remi Weeks. O filme apresenta um jovem casal de refugiados do Sudão do Sul tentando se adaptar à nova casa no Reino Unido. Às ameaças de deportação, restrições desumanizantes e pressão por assimilação no acolhimento, somam-se os fantasmas do passado: o trauma face os horrores da guerra e da travessia, a culpa de sobrevivente e o luto daqueles que ficaram para trás.
Quem são esses refugiados a quem se tanto vilaniza? Do que precisam ao chegar em um novo país? Como ocorrem as passagens pelas fronteiras? Como o acolhimento institucional vigia para produzir "corpos dóceis"? Como esse processo no Brasil difere do modelo inglês? Que tipo de suporte ONGs e sociedade civil podem oferecer?
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Produzido por Eduardo Estellita e Pedro Schenk
Editado por Pedro Schenk