Link do filme: https://www.youtube.com/watch?v=-a-_yClxcAc&ab_channel=CinematecaSandino
Convidados: Paulo Faria e Nykolas Motta
Quatro capítulos do romance de Elio Vittorini Le Donne di Messina (1964) descrevem a tentativa de constituição por um grupo de operários e camponeses, após o fim da Segunda Guerra Mundial, de uma comunidade em que não há propriedade privada dos meios de produção e todas as deliberações são tomadas em regime de democracia direta. Adaptando o texto de Vittorini, Huillet e Straub procedem a uma meticulosa decomposição da gramática do cinema. Nas antípodas da cinematografia stalinista de Eisenstein, Huillet e Straub suprimem toda representação da luta de classes, devolvendo ao espectador a tarefa de pensar e viver, por sua própria conta e risco, os conflitos a que Vittorini deu voz. “Ser radical”, escreveu Marx, “é tomar as coisas pela raiz. Mas a raiz para o homem é o próprio homem.” Rejeitando esse comunismo antropocêntrico, Huillet e Straub tomam o partido por uma cinematografia que torna manifesto que a raiz, para o homem, é o mundo que ele habita – e essa é a chave para superar (entre outras coisas) o conflito entre operários e camponeses.
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