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Neste episódio, conversamos com Mariana Morozesk. Mariana é bióloga e  doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Carlos, pós-doutora em poluição atmosférica pela Univesidade Federal de Itajubá, militante do Coletivo Feminista Mulheres na Praça e das Brigadas Populares de Itabira, Minas Gerais.
A ciência é uma das formas mais poderosas de produção de conhecimento, sendo cada vez mais fundamental para entendermos o mundo em que vivemos e também para vivermos melhor nele. Ao longo do tempo, as ciências básicas, aplicadas e sociais tiveram um papel determinante na evolução da sociedade e no bem-estar da humanidade. Neste sentido, o investimento em políticas de desenvolvimento científico e tecnológico são fundamentais para o avanço de um país.
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, em 2017 o Brasil investiu 1,26% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento, percentual inferior ao de países como Coréia do Sul, China, Alemanha e Estados Unidos, que investem de 2 a 4% do seu PIB.
Nos últimos cinco anos, porém, a ciência brasileira vêm enfrentando uma grave crise. Em 2020, o orçamento dos principais fundos de pesquisa do país voltou ao patamar de 20 anos atrás. Os recursos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) sofreram redução de 30% e a taxa de fomento a pesquisas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) teve corte de 80%. Até outubro de 2019, o Brasil havia perdido mais de 17 mil bolsas de estudos devido ao contingenciamento de recursos.
Além de lidar com este cenário desolador em que a ciência brasileira se encontra, as cientistas mulheres precisam enfrentar o desafio adicional de se fazerem representadas. De acordo com a UNESCO, as mulheres representam apenas 28% dos cientistas no mundo. No Brasil, segundo dados do CNPq, as mulheres são maioria na concessão de bolsas para Iniciação Científica (55%), mestrado (52%), doutorado (50%) e pós-doutorado (53%), mas correspondem a apenas 36% das bolsas de Produtividade em Pesquisa, aquelas oferecidas para pesquisadores que já têm o título de doutor ou livre-docente e que tenham uma produção científica de destaque em suas áreas de conhecimento.