Listen

Description

Neste episódio conversamos sobre arte e racismo com Geovanni Lima e Natasha Rodrigues. 

A arte foi e sempre será uma das formas mais bonitas de expressão e criatividade humanas. Não apenas no Brasil, mas no mundo todo, a arte europeia, branca, masculina, heterossexual e cisgênero foi e, infelizmente, continua a ser dominante. Desde a arte renascentista, artistas europeus retratam a população negra de maneiras estigmatizadas. De acordo com o teórico Emanuel Araújo, por mais que diversos estudiosos brasileiros tenham se interessado por toda contribuição cultural que a população negra deu ao Brasil, parte desses estudos limita-se ao contexto da escravidão e à herança negra encontrada no sincretismo, na música, no idioma, na literatura e nos costumes. É a partir deste cenário que discutimos como a arte pode ser também uma importante ferramenta de crítica e resistência política e social.

Geovanni é artista visual e performer, pesquisador e educador, trabalha a partir da investigação das relações entre corpo, sociedade e subjetividades, articulando questões sobre os marcadores que seu corpo sofre enquanto homem negro, em íntimo diálogo com seus acervos memoriais e dentro de uma concepção de performance que amalgama sua trajetória como artista com sua biografia. É Doutorando e Mestre em Artes Visuais pela Unicamp e licenciado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Indicado ao Prêmio Pipa 2021. Possui participação em diversos eventos de arte, como o Encuentro Internacional do Hemispheric Institute, da New York University (NYU) (2019); a p.ARTE nº 42, da Plataforma de Performance Arte no Brasil (2019); e a Residência e Festival Corpus Urbis – 4ª edição – Oiapoque/AP. Como produtor cultural, é um dos propositores dos projetos Performe-se – Festival de Performance (2015, 2017) e coordena o Festival Lacração – Arte e Cultura LGBTQIA+ (2019, 2021), ambos realizados no Espírito Santo.

​​Natasha é nascida e crescida no Grajaú, em São Paulo. Formou-se em Midialogia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em 2015, estudou na Universidade de Potsdam, Alemanha, e em 2017 escreveu e dirigiu o documentário Cabeças Falantes, exibido no Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo e premiado como melhor documentário na 3ª Filma Bauru – Festival de Cinema do Interior. Em 2020, finalizou seu segundo documentário, o curta “àprova”, que estreou no 31º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo (Curta Kinoforum). Atualmente, mora em São Paulo e é pesquisadora de mestrado no Departamento de Multimeios da Unicamp, no qual investiga o cinema negro brasileiro.