Neste episódio, conversamos sobre os desafios da luta Trans no atual contexto político do Brasil. Segundo a organização Transgender Europe, que monitora a violência contra pessoas trans em 71 países, o Brasil é o país que mais assassina pessoas trans no mundo pelo 13º ano consecutivo. Mesmo durante a pandemia, quando poderíamos esperar um declínio nos números, o Brasil registrou um aumento de 41% nos casos entre 2019 e 2020. Estima-se que 70% da população de travestis e mulheres transexuais não conseguiram acesso às políticas emergenciais do Estado. Estes dados evidenciam como a intensificação da situação de vulnerabilidade durante a pandemia, aliada ao descaso estrutural do Estado, forçou estas mulheres a continuarem nas ruas, onde, além da exposição ao vírus, elas também ficaram mais expostas à violência. Convidamos Virgínia Guitzel, estudante de Bacharel em Ciências e Humanidades na Universidade Federal do ABC, trabalhadora da educação na Zona Sul de São Paulo, parte do grupo de mulheres Pão e Rosas e colunista do Esquerda Diário, onde publica artigos, crônicas e poesias para falar sobre o tema. Virgínia participou da elaboração do livro "A precarização tem rosto de mulher" das Edições ISKRA com o texto "Os operários diziam: 'ela veio nos apoiar'" e publicou, recentemente, o artigo "Notes From Brazil” na inédita coletânea Transgender Marxism no Reino Unido.