Autor: Elisa Ruiz, leiga consagrada RC
“Em cumprimento de nossa missão buscamos fazer presente o mistério de Cristo que sai ao encontro das pessoas, lhes revela o amor de Seu Coração, as reúne e as forma como apóstolos, líderes cristãos, as envia e as acompanha para que colaborem na evangelização dos homens e da sociedade”
Fazer presente o mistério de Cristo que sai ao encontro das pessoas. Mistério que, como tal, não podemos conhecer por nós mesmos, mas precisa ser revelado ao coração humano. Deus, em seu infinito amor pelos homens, sai ao nosso encontro pela encarnação do Filho, da segunda pessoa da Santíssima Trindade; vem até nós para nos oferecer a plenitude da revelação numa linguagem que nós possamos compreender; vem até nós para nos devolver a oportunidade de descobrir o amor divino, suas pegadas, nas realidades humanas; vem até nós para nos traduzir algo do que Ele vive no seio da Trindade em palavras e gestos compreensíveis a nós, desde que o coração se abra para ouvir. Grande mistério do amor de Deus por sua criatura. “Ele, estando na forma de Deus não usou do seu direito de ser tratado como um deus, mas se despojou, tomando a forma de servo. Tornando-se semelhante aos homens e reconhecido em seu aspecto como um homem abaixou-se, tornando-se obediente até a morte, à morte sobre uma cruz” (Fil 2, 6-8) “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Grandeza de um Deus Amor que sai ao nosso encontro, ao meu encontro; que se adapta a nós para nos elevar. Não se pergunta se merecemos ou não o amor; simplesmente ama. Não se pergunta quem é digno ou não de receber a salvação; simplesmente nos salva. Não duvida em conversar com a pecadora, com o cobrador de impostos, com o fariseu; estende sua mão amorosa para quem quiser a segurar; vai comer na casa dos pecadores; se interpõe entre a mulher pecadora e seus acusadores; chama Mateus quando estava à mesa da coletoria de impostos e come com ele. Eles se sentem profundamente tocados e amados por alguém que os abraça como são: “ninguém te condenou; eu também não te condeno”; e os convida a se elevar a um amor maior: “mas vá e não peque mais”. Jesus chama Pedro e Tiago no lugar onde eles estavam, na barca de todos os dias. Seu encontro com Natanael acontece num momento cotidiano, e lá acontece algo extraordinário que só Jesus e ele sabem: “Quando estavas debaixo da figueira eu te vi”.
Esse é o nosso Deus: um Deus que se faz plenamente homem como nós, para nos elevar. Um Deus que vive nossas alegrias e tristezas, nossos momentos de glória e de fracasso, um Deus que experimenta em sua própria carne a força da tentação e do mal, um Deus que sofre com o sofrimento das pessoas e se alegra com elas. Como cristãos somos chamados, pelo Batismo, ao seguimento de Cristo. Somos chamados a refletir com nossa vida o rosto misericordioso do Senhor que sai ao encontro de cada um onde Ele está. Evangelii Gaudim “Ser discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho [...] é o anúncio que se partilha com uma atitude humilde e testemunhal de quem sempre sabe aprender, com a consciência de que esta mensagem é tão rica e profunda que sempre nos ultrapassa. Umas vezes exprime-se de maneira mais direta, outras através dum testemunho pessoal, uma história, um gesto, ou outra forma que o próprio Espírito Santo possa suscitar numa circunstância concreta”. Aprender de Jesus nos Evangelhos. Que Ele nos conceda a graça, assim como Ele fez com os de Emaús, de saber sair ao encontro dos irmãos pelo caminho, ouvir suas alegrias e tristezas, os iluminar à luz das Escrituras para que seus corações ardam com a experiência de um Deus-Amor que “se fez carne e habitou entre nós”.