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Pe. André Delvaux, L.C.

Participar dignamente da Eucaristia é viver cada missa como se fosse a primeira, a última, a única.

“Aprendemos a nos encontrar com Ele (Cristo) na Eucaristia”, com Ele, “Cristo, que sai ao encontro das pessoas, lhes revela o amor de Seu Coração”. Consideramos o cristocentrismo como a característica essencial da espiritualidade do Regnum Christi – porque Cristo é o centro, modelo e critério de nossas vidas; porque é Nosso Senhor e Amigo, uma pessoa viva e presente, e o amor de seu Sagrado Coração por nós é pessoal, apaixonado, incondicional. Assim, entendemos que uma manifestação especial desse amor é a Eucaristia.

A Eucaristia é Cristo; é o corpo e o sangue do Senhor. É o Senhor vivo e glorioso, é o sacrifício definitivo da nova e eterna aliança. É o Redentor do mundo que por esse mesmo ato realiza a redenção da humanidade. É o mais terno, apaixonado e fiel dos amigos, silencioso e sensível. Não é parte de Cristo, é o Cristo todo, mesmo em cada fração. E se é o Cristo completo e na profundidade de seu ser, podemos também dizer que é o Coração de Cristo batendo nas mãos do sacerdote e em cada sacrário do mundo, no silêncio de uma capela vazia e em uma celebração multitudinária.

Fiel, paciente, cheio de esperança, um dia após o outro, permanece, sonha, sofre, se alegra, silencia, se dá. Aguarda o momento do encontro – na adoração e na comunhão – para falar conosco de Coração a coração, para revelar da profundidade de seu ser à profundidade de nosso ser seu amor total, para, em cada encontro, nos transformar um pouquinho mais, configurar um pouquinho mais nosso coração com o seu, unir seu coração mais um pouquinho com o nosso – em comunhão – até ao dia em que sejamos um só coração, até ser o seu coração a amar em mim e o meu Nele, até eu amar como Ele, a quem Ele ama, pelas razões dEle.

Podemos chamar essa transformação em Eucaristização. O Sagrado Coração através da Eucaristia nos eucaristiza, configura nosso pobre coração com o seu coração. Santo Agostinho afirmava que a Eucaristia é o único alimento que produz este efeito: não é nosso corpo que transforma em si o alimento; é aquele que recebemos que nos transforma em seu corpo, nos faz mais semelhantes a Ele.

Diante da Eucaristia, talvez a melhor coisa a pedir ao Senhor seja o dom de seu amor. E depois deixar que Ele me ame como quiser, e faça em mim o que quiser. Eu só preciso saber que Ele está vivo e seu amor é real, é por mim que bate seu coração.

“Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso”.